Antes fosse me fazer passar por morto, mas não compreendo como as coisas da vida nos levam a estas direções, quero hoje parafrasear, pois me sinto um dia sapato e o outro, a pedra. Não tenho como compreender os motivos de ter tanto sonho e tão pouco pesadelo, apenas quando durmo.Certo dia, eu a encontrei na rua, seus olhos pareciam feitos a mão, lindos, como os de uma boneca, a perfeição da mão humana, contra a imperfeição de suas entranhas e desde então, me convenci que seria o dono de toda a vila, ou além, o dono daquela avenida e também da rua de trás.
Mas como? Como poderia eu, apenas eu fazer tudo isso!?! Aquela avenida, certamente ela já tem dono, deve de ser o nome, lá, escrito na placa, já que eu faria o mesmo, tendo uma avenida, colocaria meu nome, nela inteira, para que todos saibam que pisam por lá, pois eu deixei, e apenas eu.
Mudaria todo o transito, assim como as cores das janelas das casas e todas as placas, deveriam ter neon, já que é raro, eu desejo, afinal de contas, aquela avenida, é minha.
Então, é assim, sonhei em ter meu nome jogado, naquele solo sagrado, não para que assim, decrete meu fim, sonhei em ter meu nome lançado, por outros lados, além daquele, solo sagrado, para que eu nunca tenha fim.
- Cristiano Ricardo
imagem: detalhe da escultura "Alfredo Maia" de Amadeo Zani - escultura em bronze, 1922 - Praça Júlio Prestes (São Paulo - SP)
quantos temas com que diariamente a gente se defronta - a vida efemera e a posteridade, o reconhecimento e a indiferença, o amor correspondido e nao-correspondido, a morte, a morte, a morte... a vida, o sentido da vida, o desejo de eternidade se contrapondo à realidade de todas as coisas, fugazes. Enfim... Enfim...
ResponderExcluirrealmente ricardo, e as vezes, mesmo sem estar certo de que estamos pensando nisso, estaremos fazendo algo, ou percebendo algo de outros... é estranho e ao mesmo tempo tão humano, que me perturba.
ResponderExcluirgrande abraço pra ti
Um texto sentido - tal como gosto.
ResponderExcluirParabéns Cris!!!