Após os acontecimentos daquela data, nada se ouvia falar a não ser da notícia do desaparecimento de todos, até Elena ver o rosto de Claudia, visivelmente abatida, no aeroporto de Brasília.
quinta-feira, 28 de dezembro de 2006
medo - 40
Após os acontecimentos daquela data, nada se ouvia falar a não ser da notícia do desaparecimento de todos, até Elena ver o rosto de Claudia, visivelmente abatida, no aeroporto de Brasília.
sexta-feira, 22 de dezembro de 2006
NÃO SERA NATAL
Start: | Dec 22, '06 12:00p |
End: | Dec 25, '06 1:00p |
CRER
o final de ano é para isso, é para se acreditar em algo, seja lá o que for, seja na pessoa que você ama e você desconfia que é amado, seja na sorte, seja em alguma religião, seja do odor e do toque das flores do campo, seja na peste da fome e dos políticos, seja no sexo e na politicagem que existe em cada local, seja no que for, seja na morte.
Desejo que nesse natal você possa dizer que realmente crê em algo, realmente, de coração, e assim, você poderá viver bem.
Feliz Natal!
- Cristiano RicardoEsta
quinta-feira, 21 de dezembro de 2006
domingo, 17 de dezembro de 2006
medo - 38
Valter desliga o telefone e dirige rapidamente pega a estrada em direção à Goiás.
O dia amanhece, Carlos e André, vão trilhar, levando Cláudia, Daniel e a enfermeira ajudam Eugênia, debilitada, e proximo as 10 horas da manhã, ouve-se uma sequencia de tiros, e pássaros voam assustados pelo céu do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.
sábado, 16 de dezembro de 2006
medo - 37
Enquanto isso, Luiz vai até o apartamento de Elena, encontrando-se com Valter na portaria, Luiz conta rapidamente a Valter sobre a visita que fez a Pedro no hospital...
Ao entrar no carro, Valter recebe um telefonema, é Claudia.
abismo
Start: | Dec 16, '06 11:00p |
End: | Dec 31, '06 12:00p |
sanar problemas
correr segundos
subir muros
assobiar ao que passa
tente reconhecer o mundo
parar as cores
sentir odores
pular o abismo
- Cristiano Ricardo ©®
quinta-feira, 14 de dezembro de 2006
sábado, 2 de dezembro de 2006
medo - 36
No dia seguinte, Luiz chega ao quarto onde Pedro esta internado, porém Luiz não é reconhecido por Pedro.
Claudia leva Eugênia em viagem para a Chapada dos Veadeiros, acompanhada apenas de uma enfermeira e de Daniel, ao chegar em uma pousada, Carlos e André a aguardavam.
sexta-feira, 1 de dezembro de 2006
e desde que se fez o dia
Rating: | ★★★★★ |
Category: | Other |
sem a minha voz sair
apenas quero deitar-me no chão
e ouvir sua voz
diga o que vale a pena
cortar a pele com pedras
diga o que vale a pena
estar com outros ao teu lado
nem vale subir o morro
se não pular do alto
e voar
pra voar, tem que ter asas
eu tenho apenas braços fracos
e a pele que sangra
não posso mais imaginar
não posso correr
nem falo que minhas costas dóem
não tenho como te procurar
abrir todas as portas
ver pessoas que não me querem mais
eu tenho uma vez segredos
que fossem tão distantes
eu poderia te contar
são apenas segredos
nem que ande de carroagem
nem que me faça a viagem
eu não poderia te deixar
eu não saberia
correr
e desde que se fez o dia
sol não vem me buscar
apenas saio na escuridão
que se trata o meu olhar
e desde que se fez o dia
eu caminho
a ouvir sua voz no meu destino
e caminhar...
- Cristiano Ricardo
quarta-feira, 29 de novembro de 2006
sexta-feira, 17 de novembro de 2006
medo - 35
A policia encontra Pedro desacordado, e após verificar que ele portava documento que o identificava, chamaram o resgate, e o ultimo número foi chamado. Claudia atende e informa que a última que recebera era engano.
Assim, Pedro fora encaminhado ao pronto socorro e no seu emprego, foi comunicado sobre o acidente, neste momento Luiz prepara a capa de seu livro, feito durante a viagem para o oriente.
"Separações" é o nome do livro de Luiz.
quinta-feira, 9 de novembro de 2006
medo - 34
- Eugênia, não faça isso que eu fico triste - diz Claudia em tom fraterno, enquanto Eugênia muito debilitada tentava se alimentar com garfo e faca, porém, cortando os lábios.
- O que aconteceu? - assombra-se Pedro ao ver Eugênia em estado lamentavel, segurando-a pelos braços - Ah, Eugênia, o que aconteceu com você?
- Não se sabe, Pedro - diz Claudia, tentando estancar um pouco de sangue que saia no canto da boca de Eugênia - Ela amanheceu assim, isso tem duas semanas...
- Mas, o que os médicos dizem? - questiona Pedro, emocionado.
- Nada...
- Não pode ser nada!!! - Pedro revolta-se - Eu mesmo vou leva-la a um médico amigo meu, que é neurologista, ele irá nos dar todas as explicações!
- A irmã é minha! Você nem é da familia! Não tem direito nem de toca-la!
- Claudia, você esta ficando louca! - diz Pedro que pega o celular para ligar a seu amigo neurologista
- Chega! - grita Claudia, tomando o celular da mão de Pedro, empurrando-o junto a parede, este bate a cabeça e cai ao chão, desacordado. Na parede, fica uma marca de sangue, Claudia chama um homem para retirar Pedro, desacordado, Pedro é deixado em um banco de praça.
sábado, 4 de novembro de 2006
medo - 33
- Oi moço, estou de volta ao Brasil - diz Luiz com voz animada - O Pedro? Sim, ele esta bem... mas porque você pergunta dele?... - Luiz já demonstra certa irritação - Estarei ai em alguns minutos, me espere que preciso ver você.
Luiz se volta a Pedro e Eduardo e diz: - Você cuidem das minhas malas, tenho que resolver um problema agora mesmo - e sai rapidamente, deixando Pedro desconfortável.
- O Luiz pode ser uma ótima pessoa, mas que ele é realmente muito sacana, isso ele é, deixa a gente para carregar essas malas dele... - fala Eduardo inconformado.
- As malas dele vão ficar, ele depois que busque no achados do aeroporto, pegue as tuas, eu cuido das minhas e vamos embora - responde Pedro seriamente.
Luiz sobe o elevador do prédio, chega ao setimo andar, no número 703 ele bate a porta, que se abre, Luiz sorri e entra.
domingo, 22 de outubro de 2006
medo - 32
Pedro recebe a mensagem e se conecta
Pedraum diz: Oi Lê
Elena diz: Oi Pedro, estou sem saber o que pensar...
Pedraum diz:
Elena diz:
Pedraum diz: O que houve?
Elena diz: O Valter se encontrou escondido com o Carlos Vivezzo, voce se lembra dele?
Pedraum diz: Infelizmente sim, mas eles devem ser amigos, se é que aquele ser consegue ter amigos...
Elena diz: Pois é, como alguém pode ser amigo do Carlos?
Pedraum diz: O André, a Claudia... enfim, pessoas perturbadas!
Elena diz: Então, será que ele continua com aqueles pensamentos homofóbicos? Ou será que ele tomou vergonha na cara?
Pedraum diz: Ou será que ele se encontrou? Bem, eu não quero encontra-lo para ficar sabendo!
Elena diz: Eu também, mas me diga quando você volta ao Brasil?
Pedraum diz: Na proxima semana, vamos nos ver logo?
Elena diz: Sim!
Pedraum diz: Vou te mandar um video para você se divertir!
sexta-feira, 20 de outubro de 2006
medo - 31
Elena, desconfiada, resolve pedir a um amigo jornalista que vá atrás de Valter, que durante o dia roda pela cidade e apenas no final do dia que se encontra com uma pessoa, no Parque do Ibirapuera.
Todo o encontro fora fotografado e as fotos entregues a Elena, em pen drive, e ela reconhece o outro homem, apesar de não o ver a muitos anos, era realmente Carlos.
quinta-feira, 19 de outubro de 2006
medo - 30
Logo pela manhã, Elena se levanta e encontra a agenda de Valter aberta e resolve fecha-la, então uma foto cai ao chão, nesta foto, apenas a imagem de uma árvore, com os nomes Carlos, Claudia e André. Enquanto Valter dorme, Elena tira uma foto da foto original de Valter e guarda-a no lugar, deixando a agenda aberta.
domingo, 8 de outubro de 2006
medo - 29
- Oi Elena, onde você esta? - diz Vagner
- Vagner, você não vai acreditar, mas estou aqui no Suplicy, na compania de um café e um brownie! E você? - Explica Elena
- Estou no aeroporto, indo para aí, aliás, te liguei para saber se você queria viajar comigo... - responde Vagner, sem graça.
- Hmmm... pois já estou aqui, hospedada no Meliá, se não reservou hotel, venha para cá. - completa Elena.
- Esta certo, vou cancelar minha reserva e vou para o Meliá. Você vai para onde, depois do Suplicy?
- Vagner, eu vou ficar por aqui mesmo, estou no aguardo de um amigo, depois volto para o Meliá, então nos vemos, combinado? - diz Elena
- Perfeito, meu vôo é para daqui a meia-hora, então ja vou, um beijo.
quinta-feira, 5 de outubro de 2006
medo - 28
Enquanto no Brasil, Elena se encontra com Daniel e pede explicações sobre Eugênia permanecer muda, durante todos esses meses, mesmo com ações como almoços, churrascadas, festas e nenhuma reação de que Eugênia volte a falar.
- Elena, as coisas não são tão simples como você imagina - responde Daniel, com cinismo.
- Olha, Daniel, esse papo de levar a Eugênia para tudo que é lugar, trazer pessoas para a casa dela e toda esta bagunça não teve resultado, então, você esta errado e vai ter que mudar suas atitudes com ela, você não percebe que não esta ajudando em nada?
- Você não tem capacidade técnica para julgar minha forma de trabalho e o assunto esta encerrado - responde Daniel, de forma seca e fria.
Elena fecha os olhos, e se segura para não falar mais nada de critica e comenta - Não vou falar mais nada, mas também, não venha contar comigo para nada - e sai em seguida.
segunda-feira, 2 de outubro de 2006
medo - 27
- Oi Elena, aqui é Pedro. Tudo bem? - diz Pedro, telefonando a Elena, logo após a comemoração. - Pois é, Elena, ainda bem que você não foi, o ambiente estava muito pesado, Eugênia não fala nada ainda, eu até tentei puxar papo com ela, mas nada.
- E você comentou com ela que você ira para a Ásia, com o Eduardo? - questiona Elena, com voz dura.
- Não tive a menor chance! Aquele tal Daniel não saiu do lado dela! - fala Pedro, indignado.
- Pois vá até a casa da Claudia, peça para falar com Eugênia e diga, diga tudo! - Elena desliga o telefone.
Pedro liga para Luiz para pedir conselhos, enquanto vê fotos dos lugares que ele irá conhecer, por conta da diversificação de produtos.
domingo, 1 de outubro de 2006
medo - 26
- O que aconteceu, aconteceu, nós não podemos deixar nossas vidas de lado e ficarmos com as nossas vidas na dependência das dificuldades dos outros - responde Daniel.
- Daniel, vocês estão malucos! Não aceito e não vou! - responde Elena, deletando o convite de Claudia.
Daniel se abraça a Elena e diz - Hoje tenho contato com a Eugênia, esse almoço fará muito bem a ela. Vamos?
- Conte com outra pessoa. Aliás, eu não entendo o que você esta fazendo, comemorar, numa epoca dessas, se fosse algo informal, deixar acontecer, mas não, vem até convite! Era só o que faltava, alias, já sei! Façam um flyer e distribuam na saída do metro, que tal? - E Elena se levanda e sai.
Daniel telefona para Claudia e seriamente, explica a recusa de Elena.
sexta-feira, 29 de setembro de 2006
medo - 25
Enquanto os procedimentos de verificação e investigação, coletagem de amostra e preparo para cirurgia plástica e Eugênia recebe o primeiro atendimento psicológico e o coquetel anti-HIV, Eduardo consegue falar com Elena e Valter que estavam em um ensaio num grupo de teatro o qual Elena participou, Elena conhece a Daniel, psicólogo que tenta conversar com Eugênia que ainda esta em choque, e desta forma, decidem por um sonífero, assim, ela conseguira dormir, depois, mais tranquila, pode falar sobre a violência que sofreu.
No mausoléu, após investigação, coletam cabelos, esperma, sangue, meio flip de celular, uma tampa de caneta.
quarta-feira, 27 de setembro de 2006
medo - 24
Eduardo e Pedro pegam o carro e saem em alta velocidade para o cemitério, o GPS indica o mausoléu da família Matarazzo o local onde o celular de Eugênia esta, e lá chegando, encontram Eugênia nua, sexualmente violentada...
Eduardo se abraça a Eugênia que esta em choque, enquanto Pedro chama a polícia.
terça-feira, 26 de setembro de 2006
medo - 23
Não se ouviu resposta.
- Gê? É seu bolso que me telefonou? - pergunta Eduardo aos risos.
E assim, ouve-se risos
- Gê?? O que esta ocorrendo?
Ao meio aos risos, Eduardo percebe gemidos de dor
- Gê?? Esta tudo bem? O que esta acontecendo? - questiona o já nervoso Eduardo, colocando seu celular no viva-voz.
Ao ouvir novamente os gemidos, Pedro sai da sala com seu aparelho de celular, na busca via operadora para acionar o GPS do celular de Eugênia.
Junto a operadora, Pedro recebe o endereço, o telefone celular de Eugênia esta no cemitério central, onde Alexandre fora enterrado.
Enquanto isso, Eduardo continua ouvindo os gemidos, que estavam abafados, entre risos e vozes, Pedro mostra o endereço para Eduardo e ambos seguem para o endereço indicado pelo GPS.
segunda-feira, 25 de setembro de 2006
medo - 22
- Ola, Eduardo, tudo bom?
- Oi Pedro, tudo bom comigo e com você?
- Tudo bem, vou dar um geral na minha mesa e se estiver tudo certo, volto aqui, ou dê um pulo lá, fico ali naquela sala, antes de ir embora, passe por lá.
- Você é quem manda!
Gustavo chega a recpção e chama Eduardo para sua sala e logo após meia-hora, chama a Pedro.
- Pedro, sente-se - diz Gustavo - Você sabe que precisamos diversificar nossos negócios e penso em luminárias mais artísticas, e por isso, acabo de contratar o Eduardo, e você trabalhará junto a ele, pessoalmente acredito que vocês formarão uma ótima equipe e para ajuda-los, penso em contratar mais uma pessoa, alguém da área de humanas, como o Eduardo, porém mais focada no ambiente artístico, no início deste projeto, pensei no Alexandre Isidoro, mas infelizmente, aquela barbare que fizeram com ele... - Gustavo se levanta e vai até a porta, a abre e diz - Precisamos de alguém e a primeira missão de ambos é encontrar essa pessoa, não quero me preocupar mais por este novo negócio, por isso estou oferecendo todas as ferramentas necessárias para que ambos em conjunto, venham me apresentar propostas e resultados. Agora vocês podem sair, pois tenho consulta médica e preciso sair agora do escritório.
Pedro e Eduardo se observam enquanto Gustavo arruma a mala e sai dizendo - Chegarei no final da tarde e quero novidades!
O telefone celular de Eduardo toca logo que ele liga o aparelho, e apresentando na bina o número de Eugênia.
sexta-feira, 22 de setembro de 2006
medo - 21
Eugênia sai da casa de Alexandre, diretamente para o cemitério onde seu corpo esta enterrado, ajoelha-se no chão, ao lado, uma sacola com alguns objetos de Alexandre e o DVD que seria seu presente de aniversário. Chora.
- Ah, meu amigo, será que um dia eu vou aceitar tudo isso? - diz Eugênia às lágrimas
Então Eugênia ouve um barulho bem proximo, e se assusta, levantando-se rapidamente, olha para trás e diz:
- Oi, é você...
quinta-feira, 21 de setembro de 2006
medo - 20
Eugênia esta na casa onde Alexandre morava, e chorando muito começa a abrir gavetas e armários a procura de algo que a faça entender o que aconteceu com seu amigo, e assim, encontra um DVD em uma caixinha branca e nesta embalagem, apenas escrito "Para Eugênia".
Ao pegar a embalagem, Eugência chora muito e a abre, no DVD, escrito com a letra de Alexandre, o seguinte:
Para minha linda Eugênia, Feliz Aniversário! 22/09/2996
Seja feliz
Ouça o coração
Sonhe!
Veja tudo e não veja nada
No DVD é algo!
Acho chique você que vê no PC
Beijocas do Alê
Eugênia então vai até o aparelho de DVD de Alexandre e vê o video.
quarta-feira, 20 de setembro de 2006
medo - 19
Enquanto Luiz e Pedro estão abraçados, Luiz chora e o celular de Pedro toca, Pedro desliga, era Márcia, mas Pedro não percebeu.
Márcia esta preocupada demais, e tentou outras vezes, ao telefonar para o apartamento, percebe que o número esta ocupado, resolve então ir até a casa de Pedro para falar com ele.
Enquanto isso, Luiz e Pedro conversam sobre a morte de Alexandre. Luiz, muito nervoso disse que esteve com Alexandre, momentos antes do ocorrido e que não compreendia, mas um fato que chama a atenção de Pedro é que Alexandre fora encontrado apenas de regata e calça e, momentos antes, ele estava com uma camiseta preta, manga longa, com estampa do Romero Britto, outro fato é que Alexandre não suportava usar camiseta regata.
terça-feira, 19 de setembro de 2006
medo - 18
O dia se passa, sem que Pedro viesse a perceber que ficara o tempo todo sentado, frente a televisão...
Não se alimentou durante aquele dia, só conseguia pensar no que havia acontecido com Alexandre... até que Pedro adormece e sonha, e acorda assustado com o telefone a tocar.
- Alô? - diz Pedro
- Eu preciso da sua ajuda! - era de Luiz, com voz assustada - Vou ai, me espera. - e desliga o fone em seguida.
Minutos depois, o interfone toca, é Luiz que entra no apartamento de Pedro e o abraça.
quarta-feira, 13 de setembro de 2006
medo - 17
Pedro, que estava deitado, acorda e liga a televisão, e ao asssitir o telejornal se depara com a apresentadora dando a notícia.
- Alexandre Isidoro, de 28 anos foi encontrado morto no quintal de sua casa, segundo vizinhos, Alexandre recebia constantemente a visita de várias pessoas em casa, exames preliminares indicam que ele foi torturado durante algumas horas, antes de falecer. - diz a apresentadora.
Ao ver a foto de Alexandre, Pedro vomita, quase que automaticamente.
- ... suspeita-se que Alexandre foi mais uma vítima de um garoto de programa, em uma modalidade de roubo chamada "Boa Noite Cinderela", ao se confirmar a veracidade desta informação, com o caso de Alexandre, soma-se dez homossexuais mortos, apenas neste ano - informa a reporter, seguindo-se as imagens do velório, com caixão fechado, onde Pedro observa em casa, passar Marcia, Elena e Valter, chorando e abraçados, então ele corre para por o telefone no gancho e telefonar para Marcia, ao observar, bem ao fundo cemitério, pessoas com placas nas mãos, ao mesmo tempo, a reportagem também observa e corre para conseguir o melhor ângulo, ouve-se ao longe "essa bicha purpurinada tinha que morrer mesmo!"
terça-feira, 12 de setembro de 2006
medo - 16
- Elena, não me assusta. - diz Valter, com voz vigorosa
- Valter, o Alexandre... ele esta morto
e ao longe, se ouvia "Aos filhos de aquário" - oswaldo montenegro
segunda-feira, 11 de setembro de 2006
medo - 15
- Ola, Valter, tudo bom? - diz Elena, ao telefone.
- Oi Lê, tudo bom, como você esta? - pergunta Valter
-
Estou na casa do Eduardo, sai tarde do ensaio, então fomos ao Mud Bug,
e por fim, a noite de DVD's de desenhos, foi de Madagascar a Os
Incríveis, passando por classicos Disney, claro, acabei dormindo na
casa dele, foi ótimo, e você?
- Desde ontem estou tentando falar com a Claudia, e não consigo. - responde Valter, muito angustiado.
- Mas a Claudia esta na serra, telefone na casa de lá. O telefonia celular naquele local é coisa inexistente! - diz Elena
- Ah, certo vou fazer isso, alias, vou telefonar para o Alexandre,
então passo na casa dele e telefono de lá para a Claudia, já que a
minha bateria esta no fim... - responde Valter
- Eu acho que ele não esta em casa - comenta Elena
- Ele também foi a serra? - pergunda Valter
- Não sei, mas ontem quando estavamos no Mud Bug tentamos falar com ele
várias vezes e nada dele atender o celular, alias, você tem DVD's de
desenhos animados? O Eduardo esta estudando-os, ele tem um projeto,
ainda não entendi direito, mas é bem divertido - comenta Elena sorrindo
- Não tenho - responde Valter aos risos - Aliás, tenho sim, mas não é
em DVD, tenho alguns videos de computador do Pica-Pau, serve?
- Claro, mas espere ai que há uma outra ligação - responde Elena, ao deixar Valter na espera para atender a segunda chamada.
- Alô, quem fala? - diz Elena que após alguns segundos, seria, desliga
o telefone e volta a falar com Valter - Onde voce esta? Vou te pegar
ai! Tenho uma notícia horrível para te contar...
sábado, 9 de setembro de 2006
medo - 14
Valter fica na rua, na praça em frente ao apartamento de Claudia, a sua espera e o sol nasce, ele se mostra muito angustiado e o telefone de Clauda, apenas na caixa postal. Então, ele decide telefonar para Márcia para saber sobre Claudia.
- Oi, Marcinha, eu preciso muito falar com a Claudia, me ajuda?... - diz Valter apreensívo
- Val, a Claudia foi para a serra, e não sei se volta ainda esta semana - responde Marcia, calmamente
- Ah Marcinha, obrigado... - responde Valter
- Agora, moço, você anda sumido, e a Elena? Você acha que ninguém reparou que vocês sairam sozinhos da exposição e ambos estão difíceis! - comenta Marcia aos risos
Sorrindo, Valter responde - A Lê é maravilhosa, apesar de um pouco exigente demais, você acredita que ela esta me fazendo até gostar de t.A.T.u?
- Não acredito! - surpreende-se Márcia, que ri muito - Mas cuidado, a Elena é daquelas que vestida de noiva corre do noivo no dia do casamento, e depois acha que apenas caiu a ficha, então, meu amigo, não vai se machucar!
- Ah, claro! Mas que eu estou realmente gostando dela, isso é verdade, agora ela não vai sumir... - responde Valter, confiante. - Vou leva-la ao show do Somglass, já acertei com o André e com a Tuca, eles vão tocar uma música especialmente para ela..
- Não acredito!! - grita Márcia, eufórica - Amigo! Você esta amando! Nossa! Se a Elena não te der um beijo daqueles, me avisa que eu me acerto com ela!
Valter ri, e se despede de Márcia, então do sorriso que estava no rosto, voltam os traços de preocupação, Valter preocupa-se sobre o tempo que lhe resta para conversar com Claudia.
Seu telefone toca, é Elena...
sexta-feira, 8 de setembro de 2006
medo - 13
Enquanto Pedro dormia, Eugênia correndo entra no laboratório...
- Gê, você sumiu a manhã toda, onde você estava? - questiona Laura, chefe do laboratório onde Eugênia era pesquisadora.
- Doutora, estava na casa de um amigo, ele esta com problemas familiares - responde Eugênia de cabeça baixa.
- Tudo bem, mas fiquei preocupada com você, telefonei duas vezes e esse seu celular, só dava caixa postal, Eugênia, esta cidade esta muito perigosa e você é um tanto quanto tranquila... - diz Laura, ja voltando para o microcomputador.
Eugênia vai até o cromatógrafo e pega os relatórios para avaliar...
A madrugada chega...
- Oi, Claudia? Aqui é o Valter, me atende, preciso falar com você - diz Valter deixando recado na caixa postal de Claudia.
Enquanto isso, Claudia estava sentada, em sua casa, na serra, com uma caixa ao lado, queimando papeis
quarta-feira, 6 de setembro de 2006
medo - 12
- Alô? Quem é? - diz Pedro, com tremor na voz.
- Achou que era o Luiz? Ele já foi embora - diz uma voz feminia - Eu já sei de tudo...
- Quem é que esta falando? - interrompe Pedro
- Você saberá no momento certo - responde a voz e o telefone é desligado.
Nesse momento, Pedro se levanta rapidamente, pega a pasta e sai do escritório, corre até o carro e se dirige até o seu apartamento, chegando no apartamento, vê a porta entre-aberta, então entra, vagarosamente, observando cada canto, ao chegar no quarto, em cima da cama, um envelope, com uma escrita oriental em vermelho. Ele abre e dentro deste envelope há uma carta, ao ler a carta, ele a fecha rapidamente e corre para a janela e fecha a cortina, com força...
Pedro permanece um tempo sentado no chão, de seu apartamento, nervoso com o que estava naquela carta, seu celular chama novamente, e desta vez, um número não identificado, então, ele não atende, após a terceira tentativa, o toque de que acabara de chegar uma mensagem por SMS, desta vez, Pedro lê a mensagem:
"Oi Pedro, aqui é Gustavo, você saiu do escritório correndo feito louco! E agora não atende ao celular. Quero explicações!"
Nesse instante Pedro começa a gargalhar, entendendo que aquele número era de seu diretor, então a gargalhada vira choro, Pedro permanece ali, no chão, até adormecer.
Então, Pedro tem um sono confuso, onde ele deve seguir Alexandre e mais à frente, estavam Valter, Eduardo e uma terceira pessoa que ele não conhecia.
terça-feira, 5 de setembro de 2006
medo - 11
O telefone toca, Pedro veste rapidamente o roupão e vai até a sala e atende, do outro lado, a voz Alexandre - Oi Pedro, bom dia, eu estou preocupado com o Luiz, ele estava meio deprimido, disse que ia vir aqui em casa, mas não dava eu estou com a minha irmã aqui, e você conhece o Luiz, então já viu como ele é, ele iria vir com alguma garrafa e bebida e a minha irmã são duas coisas que não podem estar juntas.
- Não vi o Luiz não - responde Pedro que desliga o telefone, no mesmo instante e volta para o quarto.
Poucos instantes depois Pedro, já vestido, sai para trabalhar, deixando a porta do apartamento aberta.
No caminho, Pedro liga o radio do carro e esta toca Sweet Dreams, então, ele acompanha ainda com lágrimas nos olhos, mas vendo o belo dia de sol...
Sweet dreams are made of this
Who am I to disagree?
Travel the world and the seven seas
Everybody's looking for something
Some of them want to use you
Some of them want to get used by you
Some of them want to abuse you
Some of them want to be abused
Enquanto isso, o telefone toca e Pedro reconhece como sendo o telefone de sua prória casa...
segunda-feira, 4 de setembro de 2006
medo - 10
Agora, já é noite de segunda-feira e o telefone de Pedro toca, do outro lado - Pedrão eu preciso falar com você, posso ir ai? - é a voz de Luiz.
- O que houve? -pergunta Pedro.
- Estou chegando aí - responde Luiz e desliga o telefone.
Pedro se levanta da cama e caminha pelo apartamento, e em poucos minutos, o interfone toca, é Luiz que chega, Pedro então pega uma camiseta e vai até a porta, Luiz esta lá, com um saco de papel na mão.
- O que houve? - questiona Pedro, ao ver Luiz, que o abraça. Pedro continua - Nossa amigo, você esta bem?
- Preciso conversar - diz Luiz, olhando para o chão - Amigo, você não esta com frio? Cueca e camiseta, nesse tempo...
Pedro sorri e diz - Estou com aquecedor, e ja estava para dormir, mas vou preparar um expresso aqui e esta tudo certo, pode ficar a vontade que já volto - seguindo para a cozinha.
Ao pegar os grãos que Pedro havia deixado para torrar, vê Luiz na porta da cozinha, ainda com o saco de papel nas mãos, abrindo-o, tira uma garrafa de Chivas Regall e sorri, dizendo: Isso é melhor que café.
Sorrindo, Pedro diz - Vou apenas te acompanhar - pegando copos, e segue Luiz que volta para a sala.
Luiz começa a contar sobre os problemas que estavam perseguindo-o na importadora, mas se prende a olhar um quadro, bem diante do sofá de couro branco onde estavam sentados, e comenta - Belo quadro!
- É sim, "Birdman" é seu nome, na verdade não é original, é apenas uma cópia, sou fã de John Sandlin Gay, e ainda terei o original de alguma obra dele - diz Pedro, com a voz mais relaxada.
- Que ótimo, eu te dou, você quer? - diz Luiz sorrindo.
No dia seguinte, Pedro, no banho, jura que jamais beberá novamente e chora.
medo - 9
- Então, Pedro, conte para nós como foi a sua última viagem para a China - diz Eugênia, já sem aquele ar de timidez
- China? - retorna Pedro, ainda confuso.
- Sim, você não me falou que viveu na China? E passou um tempo em Xian, sonho em conhecer Hubei, os jardins de Suzhou, nossa! Fico emocionada apenas de pensar nesse lugares! Como é estar em Chongqing? Você esteve nas grutas Longmen? - completa Eugênia, cheia de curiosidades.
- Mas... - tenta Pedro se justificar
- As grutas Yungang!!!! Você esteve la? - diz Alexandre mais entusiasmado que Eugênia.
Pedro, sem entender o que se passava, desistia de corrigir e pouco entendia do que estava acontecendo, ele jamais havia ido para a China, e tão pouco esteve na Ásia. Ele simplesmente desconhecia sobre o assunto China, nem fora curioso em saber sobre tal país. Desconfiado, apenas observa seu chá de bergamota e amora, sentindo a mão de Luiz no ombro, Pedro sente um alívio extremo, e Luiz sorri, e combina de encontra-lo durante a semana, com mais calma.
sábado, 2 de setembro de 2006
medo - 8
- Depois que sairmos daqui, vamos tomar um chá - diz Luiz a Pedro - E vou chamar a Eugênia e a Claudia, a Márcia e o Alexandre também vão.
- Tudo bem - responde Pedro que olha desconfiado para Valter, e esse que ouviu o convite sai com de braços dados com Elena.
Nesse instante, Alexandre pega Pedro pelo braço e diz sorridente - Ola rapaz, o que esta achando? Deixe-me mostrar as minhas esculturas, quero a sua opinião sincera! - e sai arrastando-o pela galeria, até o canto onde estão as esculturas de Alexandre.
- Nossa! - surpreende-se Pedro, ao ver que as esculturas de Alexandre são montagens com facas, e todas com manchas vermelhas - Mas, o que é isso? É sangue?? - questiona Pedro com assombro
- Não - responde Alexandre, sorrindo - É uma espécie de geléia vermelha, é muito legal! A Cascares que me forneceu, ela é o máximo, não acha? Eu havia montado essas esculturas, mas senti que faltava algo e ela veio, me apresentou essa geléia e eu me apaixonei! Essa geléia completa a minha obra!
- Legal - sorri Pedro, confuso.
- Você vai tomar um chá com a gente? O Luiz me falou muito de você! - questiona o entusiasmado Alexandre
- Sim, vou sim. - responde Pedro, ainda surpreso com a escultura.
- Que ótimo! É bom conhecer pessoas que não são da área artística, você é contador, não é? Vai ser ótimo sermos conhecidos, daqui você me ajuda a sair do vermelho! - diz Alexandre aos risos.
E Pedro ainda surpreso com aquela escultura, não mais ouvia o que o falante Alexandre dizia, apenas olhava aquelas facas, até sentir uma puxada forte no braço.
- Ei! Tem alguém ai? - sorri Márcia - Pedrão, vamos?
Pedro então olha para os lados e percebe que esta apenas com Márcia, em frente a escultura de Alexandre.
- O Alexandre disse que a escultura dele te lançou um feitiço - completa Márcia ainda sorrindo - Vamos que o Luiz esta nos esperando, vamos tomar um chá.
Márcia dá a mão para Pedro e eles saem da galeria.
quinta-feira, 31 de agosto de 2006
medo - 7
- Ola pessoal - interrompe todas as conversas, é Claudia ao microfone da galeria - É de um imenso prazer que eu agradeço a presença de cada um de vocês. Depois de tantos problemas, as obras recuperadas, consegui lançar mão deste desafio, de trazer novamente a luz, essa galeria, minhas obras, e as obras de novos artistas, como as da Márcia Berthz, Alexandre Esculetta, Valter Quitanda, e que novos venham, que o espaço é aberto ao novo e ao desafiador.
Todos sorriem entre si, e Márcia, Alexandre e Valter se posicionam ao lado direito de Claudia, e a esquerda, Eugênia.
E Claudia continua - Estou muito feliz com o apoio de todos, vejo ali a minha amiga Elena, Claudia, Yeso, Zedka, Edu, Luiz!!! olha ele ali... tudo bom? E todos vocês.. São tantos amigos, e um deles veio me dando um presente pra lá de especial, que não é apenas para mim, mas a todos... o meu amigo Lenine, que veio não apenas me cantar, mas nos cantar... então, fiquem com ele - abraçando Lenine e seguindo ao lado, seguido de Eugênia (ouça Lenine ao vivo)
quarta-feira, 30 de agosto de 2006
medo - 6
- Pedro, essa é Eugênia, irmã da Cláudia... - Gê, esse é o Pedro, que eu havia te falado - Márcia apresenta Pedro a Eugência e completa - Meus amores, agora vou deixa-los a sós, enquanto isso, vou falar com a Cláudia.. beijos... - saindo rapidamente.
- Oi - solta Pedro, desconfiado
- Oi - responde Eugênia, corada
- Então, ja falaram de mim? - Pedro tenta engrenar a conversa com Eugênia.
- É, você trabalha com o que? - questiona Eugência, com as mãos inquietas.
- Sou consultor, trabalho com desenvolvimento de embalagens em alta tecnologia, e voce?
- Quimica, hoje estou de folga, mas trabalho com desenvolvimento de novas moléculas para novos medicamentos com ação no sistema nervoso central... - explica Eugênia
- Nossa! - assombra-se Pedro - então, você é muito inteligente! E não queira interpretar mal, mas muito diferente da sua irmã, ela que organizou esse evento, não é mesmo?
- Não, ela é dona da galeria, descobre novos artistas, mas também é biologa, trabalhava no mesmo centro de pesquisa, mas deixou tudo, depois do acidente... mas... sabe, você aceita champanha? Eu vou pegar para você - saindo a confusa Eugênia, que deixa Pedro, sozinho, tentando digerir toda aquela informação.
terça-feira, 29 de agosto de 2006
medo - 5
Ao chegar na galeria, Pedro se surpreeende pela força dos trabalhos vistos por lá, e em principal pelas novas pinturas de Márcia.
Luiz, agora mais sorridente, entrega as tulipas para Márcia, que também sorri e diz: - Ainda bem que vocês dois se tornaram grande amigos.
- Praticamente irmãos, ou primos, mas desde a infância - completa o agora risonho Luiz
Pedro, desconfiado, apenas sorri, e esconde as mãos nos bolsos
Márcia, então toma Pedro por uma das mãos e diz: - Venha, você precisa conhecer a Eugênia! Irá adora-la!
E em um canto da galeria, sentada, com um walkman, estava Eugênia, ouvindo Oswaldo Montenegro (Aos filhos de aquário).
medo - 4
- Nossa! - Pedro diz assustado - Mas que música é essa?
- Essa música é Moma Houbava do grupo Les Mystéres des Voix Bulgares, é do album Ritual, você gostou? - diz Luiz
- Bem, é diferente, não? - sorri Pedro, desconfiado
Luiz deixa apenas um sorriso, enquanto toca a música, e antes de chegar a galeria, resolve parar o carro em uma floricultura e compra tulipas vermelhas, demonstrando a Pedro, ser um profundo conhecedor do tratamento de tulipas, vai comentando sobre a diferença de cores e explicando sobre a fragilidade desta flor tão incomum para o clima brasileiro.
- Essas tulipas vão para Marcia, deixe-me pegar uma pedra de gelo para colocar na terra e vamos logo para a galeria... - comenta Luiz
Sentindo-se desconfortavel por toda aquela situação e sobre sua ignorancia frente a um assunto tão interessante quanto o trato de plantas, Pedro apenas demonstra um sorriso sem graça, acompanhando Luiz que demonstrava uma alegria que Pedro não conseguia imaginar em pessoa tão estranha.
Voltaram ao carro e logo chegaram a galeria.
segunda-feira, 28 de agosto de 2006
medo - 3
Durante o caminho para a galeria D'zarter, Pedro apenas pensava em tudo aquilo que estava acontecendo e não se recordava de ter dado o endereço de sua casa para Luiz, mas ele havia chegado lá, exatamente uma hora depois e o levava a galeria.
Os primeiros instantes, aquele silêncio que nada o interferia...
Assim, Luiz olha para Pedro e diz: - Já que não conseguimos encontrar assunto, vamos ouvir uma música.
domingo, 27 de agosto de 2006
medo - 2
Pedro corre até atrás de Luiz e grita. - Espera!
Luiz, sem virar, pára e sorri maliciosamente, levanta o braço esquerdo e diz: - Esta tudo tranquilo, depois voltarei - e continua seu caminho, desta vez mais lentamente.
Ao ver a cena, Pedro sente-se culpado por sido injusto com Luiz, afinal de contas, havia conhecido-o a tão pouco tempo, e Luiz era um grande amigo para Márcia, que para ele era como se fosse uma irmã...
A noite termina e Pedro, já em casa não consegue dormir, pensando apenas que Márcia ficaria chateada com ele, e também, procurando imaginar o que se passa na cabeça de Luiz, um homem tão estranho...
Eram 9 da manhã de domingo, Pedro na cama, ainda sem dormir e seu celular toda, e ele estira o braço ao lado da cama e pega o telefone, e diz com voz cansada - Alô?
- Bom dia, você ficou acordado a noite toda, mas tente relaxar um pouco, levante, toma um banho e se arrume, vou te levar a uma galeria de arte.
- Quem esta falando? - assusta-se Pedro
- Luiz - responde a voz ao fone
- Cara, eu não dormi mesmo, estou cansado, não vou sair hoje não - completa Pedro
- Agora, sim, eu vou ficar chateado, haverá uma exposição da Claudia Cascares, uma grande amiga, de Márcia e minha, então vou fazer o seguinte, te dou uma hora para você ficar pronto, combinado, e antes de irmos para lá, passamos em uma padaria, você toma um café e esta tudo certo, agora, vai tomar banho e tira essa cara amassada que o resto deixa comigo, até daqui a uma hora - e Luiz desliga o telefone.
- Espera - diz Pedro inutilmente, sentado na cama, com o celular na mão, então, levanta-se e olha o domingo de sol, ao abrir a cortina, então vai ao banho.
sexta-feira, 25 de agosto de 2006
medo - 1
Medo de entrar e se esconder
- Sabe que eu gostaria muito de falar sobre fatos, argumentos, contos, tecidos, texturas e todas as outras coisas que pouco me estressam, mas que se revelam relevantes, não sei... escuta, espere mais um instante, deixe o medo de lado e fica mais um pouco ao meu lado... não diga nada, apenas sente-se.
Tomando-se as mãos dele, e isso, deixando-o assustado, Luiz pergunta: - Voce tem medo de ir para o inferno?
Pedro retira as mãos, rapidamente e muito assustado mal pronuncia - Por que?
Luiz deixa então, apenas um sorriso e vai-se embora