Sempre que se pensa no negócio da área de cosméticos pensa-se nos capilares, por razões obvias, os grandes volumes estão visualmente percebidos ali. PORÉM (perceba) não devemos esquecer das maquiagens, mesmo observando-se nas ruas que as mulheres nos anos 2000, não se utilizam tanto de maquiagens pesadas, como na década de 1980.
Agora, pensar em maquiagem, é pensar em maquiagem para os lábios (ou para a boca, como preferir), assim, chegamos a um ponto interessante, pois os lábios por serem uma estrutura intermediária entre a pele e a mucosa interna da boca, estes detém características especiais, entre elas a de que não possui forma de promover sua hidratação natural, necessitando de umidade, frente as intemperes, a pessoa tem apenas como opção, hidratar os lábios com sua própria saliva, umedecendo-os com a língua, ou passando-se a parte interna dos lábios por sobre estes.
Assim, encontramos uma necessidade, ou seja, é necessário manter os lábios úmidos, e a atitude de passar a língua ou parte interna dos lábios não é uma atitude que possa ser tomada sem que culturalmente remeta a outras situações, que não há necessidade de explicar. E desta forma, o batom se torna algo não apenas desejado, mas necessário.
Durante toda a historia da humanidade, o batom foi considerado apenas como um instrumento de poder, sedução e manipulação, onde regras frente aos critérios de saúde humana, meio-ambiente e utilização de animais foram adicionadas lentamente.
A mulher, desde a antiguidade, procurou proteger e completar a beleza do corpo e do rosto recorrendo a cuidados de higiene, à cultura física e ainda a produtos de beleza. Por volta de 5.000 a.C, por exemplo os pigmentos vermelhos já eram aplicados nos lábios.
Na Grécia, no século II, havia lei impedia que as mulheres usassem batom antes do casamento. Na Espanha do século VI, só usavam batom mulheres das classes menos nobres. Passaram-se os séculos e pintar os lábios se tornou hábito de mulheres mal intencionadas. Em 1770, o parlamento inglês decretou proibição o uso de pigmento nos lábios por considerar que tal prática era artifício que as mulheres possuíam para seduzir e manipular os homens. Em 1921, o batom ganhou o formato atual de bala e estojo, e começou a ser comercializado em Paris. Miss Pearl Pugsley, nos Estados Unidos, aos dezessete anos, foi notícia ao ter que retornar para casa, vinda do colégio, por utilizar batom. O batom se tornou objeto do desejo e sucesso foi tamanho que em 1930 os estojos de batom dominaram o mercado americano e daí espalharam-se por mundo afora.
O número de mulheres que se encantam e utilizam batons eleva-se em todo o globo, porém, devido ao fato do batom ser aplicado em uma mucosa, esta fica exposta ao produto por tempo prolongado e o batom poder ser gerido, muitos questionamentos quanto aos critérios para o desenvolvimento e avaliação da segurança na composição de batons.
Ao observar, temos uma área no mercado da beleza, bastante interessante, pois ao se saber que o batom não tem apenas a função de embelezar, pode-se criar estratégias para atender necessidades específicas de nichos do mercado consumidor de batom.
- Cristiano Ricardo