quinta-feira, 31 de agosto de 2006

medo - 7


- Ola pessoal - interrompe todas as conversas, é Claudia ao microfone da galeria - É de um imenso prazer que eu agradeço a presença de cada um de vocês. Depois de tantos problemas, as obras recuperadas, consegui lançar mão deste desafio, de trazer novamente a luz, essa galeria, minhas obras, e as obras de novos artistas, como as da Márcia Berthz, Alexandre Esculetta, Valter Quitanda, e que novos venham, que o espaço é aberto ao novo e ao desafiador.


Todos sorriem entre si, e Márcia, Alexandre e Valter se posicionam ao lado direito de Claudia, e a esquerda, Eugênia.


E Claudia continua - Estou muito feliz com o apoio de todos, vejo ali a minha amiga Elena, Claudia, Yeso, ZedkaEdu, Luiz!!! olha ele ali... tudo bom? E todos vocês.. São tantos amigos, e um deles veio me dando um presente pra lá de especial, que não é apenas para mim, mas a todos... o meu amigo Lenine, que veio não apenas me cantar, mas nos cantar... então, fiquem com ele - abraçando Lenine e seguindo ao lado, seguido de Eugênia (ouça Lenine ao vivo)


 

quarta-feira, 30 de agosto de 2006

medo - 6


- Pedro, essa é Eugênia, irmã da Cláudia... - Gê, esse é o Pedro, que eu havia te falado - Márcia apresenta Pedro a Eugência e completa - Meus amores, agora vou deixa-los a sós, enquanto isso, vou falar com a Cláudia.. beijos... - saindo rapidamente.


- Oi - solta Pedro, desconfiado


- Oi - responde Eugênia, corada


- Então, ja falaram de mim? - Pedro tenta engrenar a conversa com Eugênia.


- É, você trabalha com o que? - questiona Eugência, com as mãos inquietas.


- Sou consultor, trabalho com desenvolvimento de embalagens em alta tecnologia, e voce?


- Quimica, hoje estou de folga, mas trabalho com desenvolvimento de novas moléculas para novos medicamentos com ação no sistema nervoso central... - explica Eugênia


- Nossa! - assombra-se Pedro - então, você é muito inteligente! E não queira interpretar mal, mas muito diferente da sua irmã, ela que organizou esse evento, não é mesmo?


- Não, ela é dona da galeria, descobre novos artistas, mas também é biologa, trabalhava no mesmo centro de pesquisa, mas deixou tudo, depois do acidente... mas... sabe, você aceita champanha? Eu vou pegar para você - saindo a confusa Eugênia, que deixa Pedro, sozinho, tentando digerir toda aquela informação.


 

terça-feira, 29 de agosto de 2006

medo - 5



Ao chegar na galeria, Pedro se surpreeende pela força dos trabalhos vistos por lá, e em principal pelas novas pinturas de Márcia.

Luiz, agora mais sorridente, entrega as tulipas para Márcia, que também sorri e diz: - Ainda bem que vocês dois se tornaram grande amigos.

- Praticamente irmãos, ou primos, mas desde a infância - completa o agora risonho Luiz

Pedro, desconfiado, apenas sorri, e esconde as mãos nos bolsos

Márcia, então toma Pedro por uma das mãos e diz: - Venha, você precisa conhecer a Eugênia! Irá adora-la!

E em um canto da galeria, sentada, com um walkman, estava Eugênia, ouvindo Oswaldo Montenegro (Aos filhos de aquário).


medo - 4


- Nossa! - Pedro diz assustado - Mas que música é essa?


- Essa música é Moma Houbava do grupo Les Mystéres des Voix Bulgares, é do album Ritual, você gostou? - diz Luiz


- Bem, é diferente, não? - sorri Pedro, desconfiado


Luiz deixa apenas um sorriso, enquanto toca a música, e antes de chegar a galeria, resolve parar o carro em uma floricultura e compra tulipas vermelhas, demonstrando a Pedro, ser um profundo conhecedor do tratamento de tulipas, vai comentando sobre a diferença de cores e explicando sobre a fragilidade desta flor tão incomum para o clima brasileiro.


- Essas tulipas vão para Marcia, deixe-me pegar uma pedra de gelo para colocar na terra e vamos logo para a galeria... - comenta Luiz


Sentindo-se desconfortavel por toda aquela situação e sobre sua ignorancia frente a um assunto tão interessante quanto o trato de plantas, Pedro apenas demonstra um sorriso sem graça, acompanhando Luiz que demonstrava uma alegria que Pedro não conseguia imaginar em pessoa tão estranha.


Voltaram ao carro e logo chegaram a galeria.

segunda-feira, 28 de agosto de 2006

medo - 3


Durante o caminho para a galeria D'zarter, Pedro apenas pensava em tudo aquilo que estava acontecendo e não se recordava de ter dado o endereço de sua casa para Luiz, mas ele havia chegado lá, exatamente uma hora depois e o levava a galeria.


Os primeiros instantes, aquele silêncio que nada o interferia...

Assim, Luiz olha para Pedro e diz: - Já que não conseguimos encontrar assunto, vamos ouvir uma música.



ouça aqui

domingo, 27 de agosto de 2006

medo - 2


Pedro corre até atrás de Luiz e grita. - Espera!

Luiz, sem virar, pára e sorri maliciosamente, levanta o braço esquerdo e diz: - Esta tudo tranquilo, depois voltarei - e continua seu caminho, desta vez mais lentamente.

Ao ver a cena, Pedro sente-se culpado por sido injusto com Luiz, afinal de contas, havia conhecido-o a tão pouco tempo, e Luiz era um grande amigo para Márcia, que para ele era como se fosse uma irmã...

A noite termina e Pedro, já em casa não consegue dormir, pensando apenas que Márcia ficaria chateada com ele, e também, procurando imaginar o que se passa na cabeça de Luiz, um homem tão estranho...

Eram 9 da manhã de domingo, Pedro na cama, ainda sem dormir e seu celular toda, e ele estira o braço ao lado da cama e pega o telefone, e diz com voz cansada - Alô?

- Bom dia, você ficou acordado a noite toda, mas tente relaxar um pouco, levante, toma um banho e se arrume, vou te levar a uma galeria de arte.

- Quem esta falando? - assusta-se Pedro

- Luiz - responde a voz ao fone

- Cara, eu não dormi mesmo, estou cansado, não vou sair hoje não - completa Pedro

- Agora, sim, eu vou ficar chateado, haverá uma exposição da Claudia Cascares, uma grande amiga, de Márcia e minha, então vou fazer o seguinte, te dou uma hora para você ficar pronto, combinado, e antes de irmos para lá, passamos em uma padaria, você toma um café e esta tudo certo, agora, vai tomar banho e tira essa cara amassada que o resto deixa comigo, até daqui a uma hora - e Luiz desliga o telefone.

- Espera - diz Pedro inutilmente, sentado na cama, com o celular na mão, então, levanta-se e olha o domingo de sol, ao abrir a cortina, então vai ao banho.



sexta-feira, 25 de agosto de 2006

medo - 1


Medo de entrar e se esconder


- Sabe que eu gostaria muito de falar sobre fatos, argumentos, contos, tecidos, texturas e todas as outras coisas que pouco me estressam, mas que se revelam relevantes, não sei... escuta, espere mais um instante, deixe o medo de lado e fica mais um pouco ao meu lado... não diga nada, apenas sente-se.


Tomando-se as mãos dele, e isso, deixando-o assustado, Luiz pergunta: - Voce tem medo de ir para o inferno?


Pedro retira as mãos, rapidamente e muito assustado mal pronuncia - Por que?


Luiz deixa então, apenas um sorriso e vai-se embora